Vulcões:
Novo ciclo geológico da Terra pode estar a começar junto à Península Ibérica
Os vulcões existentes em Portugal continental
estão extintos mas o planeta pode estar a entrar num novo ciclo geológico, com
uma zona de subducção a sudoeste da Península Ibérica, e a actividade vulcânica
não está excluída.
"Com base na distribuição dos sismos, há
quem diga que podemos estar a entrar num novo ciclo geológico, que poderá ter
como consequência o vulcanismo", afirmou o geólogo José Francisco à agência
Lusa.
Na origem do processo estará um fenómeno de subducção, ou seja o mergulho de uma placa sob outra - no caso concreto, da placa oceânica sob a placa continental, em cujo extremo está Portugal - explicou o investigador da Universidade de Aveiro.
O investigador alertou, que: - a confirmar-se esta tese - "o vulcanismo apenas se manifestará dentro de milhões de anos", pois a própria subducção leva muito tempo a concretizar-se.
No continente, a actividade vulcânica mais recente tem já cerca de 70 milhões de anos e registou-se no Complexo Vulcânico de Lisboa, cujos 200 quilómetros quadrados se estendem da capital a Torres Vedras, passando por Cascais, Sintra ou Mafra (onde permanece uma chaminé vulcânica de basalto, o Penedo de Lexim).
"Apesar de o complexo estar extinto há tanto tempo, ainda há uma chaminé vulcânica junto à antena da televisão em Monsanto, como houve em Alcabideche", indicou Victor Hugo Forjaz, director do Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores, acrescentando que muitos vestígios foram, ao longo dos anos, "cobertos pelo casario, pelos bairros".
Um vulcão é declarado extinto se não teve manifestações exteriores de actividade nos últimos 10 mil anos "e quando os estudos científicos demonstram que debaixo dele não há calor, não há magma que o possa alimentar", explicou Victor Forjaz, acrescentando que "é considerado adormecido se teve erupções recentes ou se tem, à superfície, manifestações de actividade", como fumarolas.
Segundo o especialista, a actividade vulcânica é anunciada "pelo aumento da temperatura do solo com meses de antecedência, pelo aumento da sismicidade e pela variação dos campos magnético e gravimétrico, que são indícios de perigo".
E o que causa uma erupção vulcânica? "O acumular de energias durante um certo número de séculos e factores externos, como uma conjugação de fases da lua e do sol e a existência de forças laterais e verticais na crosta terrestre", esclareceu o director do Observatório.
"Mas todos os investigadores concordam que não há hipótese de os vulcões entrarem em actividade no continente", assinalou, numa posição reiterada por José Francisco, da Universidade de Aveiro, que indicou à Lusa mais alguns vestígios de vulcanismo.
"Na Faixa Piritosa Ibérica, que abrange o Baixo Alentejo e continua para Espanha, o vulcanismo submarino teve forte expressão no início do período Carbónico (360 a 300 milhões de anos), levando à formação de jazigos minerais como a mina de Neves Corvo, a mais importante em actividade em Portugal", exemplificou.
No entanto, tantos milhões de anos passados, os vestígios estão erodidos, "sendo muito difícil saber qual a morfologia do aparelho vulcânico que existiu no Alentejo", pois tanto pode ter assumido a forma de cone vulcânico como pode ter-se apresentado sob a forma de fissuras que expeliram lava.
Em Sines, também são detectáveis "duas ou três chaminés", adiantou Victor Hugo Forjaz à Lusa, assinalando ainda a existência de um complexo vulcânico no Algarve.
Associado à Serra de Monchique, este complexo teve derradeiros sinais de actividade há 72 ou 75 milhões de anos, sendo ainda observável uma chaminé vulcânica na Praia da Luz, perto de Lagos.
Os vestígios de actividade surgem ainda noutras regiões, como no Distrito de Leiria (Nazaré, Peniche, Caldas da Rainha, Leiria) mas, seja devido ao desgaste causado pela passagem dos anos ou ao desconhecimento de quem é leigo na matéria, não é fácil detectá-los, como assinalou José Francisco.
"Muitas vezes as pessoas passam ao lado da história geológica, o público não sabe o que tem debaixo dos pés, de que é que as rochas por onde passamos todos os dias são testemunho", concluiu o geólogo da Universidade de Aveiro.
Na origem do processo estará um fenómeno de subducção, ou seja o mergulho de uma placa sob outra - no caso concreto, da placa oceânica sob a placa continental, em cujo extremo está Portugal - explicou o investigador da Universidade de Aveiro.
O investigador alertou, que: - a confirmar-se esta tese - "o vulcanismo apenas se manifestará dentro de milhões de anos", pois a própria subducção leva muito tempo a concretizar-se.
No continente, a actividade vulcânica mais recente tem já cerca de 70 milhões de anos e registou-se no Complexo Vulcânico de Lisboa, cujos 200 quilómetros quadrados se estendem da capital a Torres Vedras, passando por Cascais, Sintra ou Mafra (onde permanece uma chaminé vulcânica de basalto, o Penedo de Lexim).
"Apesar de o complexo estar extinto há tanto tempo, ainda há uma chaminé vulcânica junto à antena da televisão em Monsanto, como houve em Alcabideche", indicou Victor Hugo Forjaz, director do Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores, acrescentando que muitos vestígios foram, ao longo dos anos, "cobertos pelo casario, pelos bairros".
Um vulcão é declarado extinto se não teve manifestações exteriores de actividade nos últimos 10 mil anos "e quando os estudos científicos demonstram que debaixo dele não há calor, não há magma que o possa alimentar", explicou Victor Forjaz, acrescentando que "é considerado adormecido se teve erupções recentes ou se tem, à superfície, manifestações de actividade", como fumarolas.
Segundo o especialista, a actividade vulcânica é anunciada "pelo aumento da temperatura do solo com meses de antecedência, pelo aumento da sismicidade e pela variação dos campos magnético e gravimétrico, que são indícios de perigo".
E o que causa uma erupção vulcânica? "O acumular de energias durante um certo número de séculos e factores externos, como uma conjugação de fases da lua e do sol e a existência de forças laterais e verticais na crosta terrestre", esclareceu o director do Observatório.
"Mas todos os investigadores concordam que não há hipótese de os vulcões entrarem em actividade no continente", assinalou, numa posição reiterada por José Francisco, da Universidade de Aveiro, que indicou à Lusa mais alguns vestígios de vulcanismo.
"Na Faixa Piritosa Ibérica, que abrange o Baixo Alentejo e continua para Espanha, o vulcanismo submarino teve forte expressão no início do período Carbónico (360 a 300 milhões de anos), levando à formação de jazigos minerais como a mina de Neves Corvo, a mais importante em actividade em Portugal", exemplificou.
No entanto, tantos milhões de anos passados, os vestígios estão erodidos, "sendo muito difícil saber qual a morfologia do aparelho vulcânico que existiu no Alentejo", pois tanto pode ter assumido a forma de cone vulcânico como pode ter-se apresentado sob a forma de fissuras que expeliram lava.
Em Sines, também são detectáveis "duas ou três chaminés", adiantou Victor Hugo Forjaz à Lusa, assinalando ainda a existência de um complexo vulcânico no Algarve.
Associado à Serra de Monchique, este complexo teve derradeiros sinais de actividade há 72 ou 75 milhões de anos, sendo ainda observável uma chaminé vulcânica na Praia da Luz, perto de Lagos.
Os vestígios de actividade surgem ainda noutras regiões, como no Distrito de Leiria (Nazaré, Peniche, Caldas da Rainha, Leiria) mas, seja devido ao desgaste causado pela passagem dos anos ou ao desconhecimento de quem é leigo na matéria, não é fácil detectá-los, como assinalou José Francisco.
"Muitas vezes as pessoas passam ao lado da história geológica, o público não sabe o que tem debaixo dos pés, de que é que as rochas por onde passamos todos os dias são testemunho", concluiu o geólogo da Universidade de Aveiro.
Bibliografia:
www.meteopt.com
Nome:
Frederico Couto Fung
Nº7
7ºB
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